terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Os abusos feitos em nome da família



Passo muito tempo da minha profissão ouvindo sobre como as pessoas tiveram suas vidas arruinadas emocionalmente por conta das suas famílias. Como foram agredidas, estupradas, rechaçadas e desacreditadas por pais, avós, mães e outras pessoas tão próximas do seu convívio. E como é difícil questionar esses abusos, que se propagam diariamente, geração após geração, em casos mais extremos.

Posso afirmar que quase cem por cento das famílias tem um núcleo autoritário. Que boa parte do tempo somos submetidos à encarceramentos da alma, para obedecer e ceder em função dessa instituição. Em nome da família muitas violências ocorrem sem nenhum questionamento, afinal temos que respeitá-la cegamente desde a nossa concepção.

É confortável questionar o sistema, o chefe, a repartição ou um partido político. A coisa aperta quando o pai ou a mãe tornam nossa existência acanhada. Quando nos fazem digerir experiências tóxicas sem nos escutar e levar em consideração nossas opiniões.

Nem sempre nossos familiares saberão o que é melhor pra nós, isso será verdadeiro somente quando houver uma relação de confiança e entrega mútua. Nos outros casos, negativo. O simples fato de a pessoa ter similaridade com o seu DNA não a torna legítima para nada. Nada mesmo!  Os familiares só serão pessoas significativas para você se a relação que for tecida tiver caráter genuíno e alegrador.

Pense bem nisso, veja bem para a sua vida. Quantas vezes você sofreu em nome desse “respeito”. Qual é o preço que você paga por esse “respeito”? Vale a pena mesmo?

O amor entre pessoas da família pode acontecer ou não acontecer. Respeito devemos ter com  qualquer vivente, mas sermos lançados em experiências horríveis porque “assim é que tem que ser”, nem pensar.  Mas isso sou eu pensando, fique bem à vontade de pensar diferente.


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