segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Religiões Mortas


Muitas religiões (principalmente a católica) pregam que o mundo material não possui valor algum e que nós seremos felizes de verdade apenas no céu. Bom, mas o que estamos fazendo aqui então?
A eterna promessa de que após a morte a vida será justificada e nossa alma salva cria um repertório de ações e pensamentos que são altamente intoxicantes à existência humana. Uma das mais marcantes é a crença de que estamos aqui para penar, apenas agüentar, segurar firme, para mostrarmos, de maneira orgulhosa, que somos fortes e sofredores profissionais.
Outra é de que os prazeres materiais não podem ser desfrutados. Pensem um pouco: se Deus criou o mundo, por que ele criou coisas prazerosas e que trazem bem estar? Por que então não fruir daquilo que nos é oferecido? Ok, ficar centrado apenas nisso não é muito recomendável, mas negar totalmente?
Observem como somos e notem como esses pensamentos comandam boa parte das nossas ações. Olhem nosso pudor, como ficamos constrangidos em demonstrar alegria e entusiasmo socialmente. É muito mais fácil e confortável chorar um rio lágrimas, onde sempre se terá uma companhia velando fervorosamente nosso pranto. Esbanje otimismo e constate onde se irá chegar nessa sociedade.
Um aspecto gravíssimo da influência das religiões no ser humano envolve a percepção de que a morte é mais desejável que a vida. Muitas cartas suicidas expõem explicitamente, através de frases como:“agora vou ficar aliviado, chega desse sofrimento”, “vou estar em paz”, “ agora vou ser feliz de verdade”.
           Vemos que essas religiões produzem pessoas que vão vivendo tal qual zumbis, sem colocar sentido e prazer na vida, esperando com peso e pesar a hora de terminar a jornada vital.
Claro que essa atitude é bastante útil para se manipular as massas e construir promessas coletivas que enganam a população e que buscam colocar o ser humano em um buraco mais fundo do que já está. Seja através da mídia, do governo ou das próprias igrejas.
Vejam os rituais, são muitos raros os que almejam a alegria e a celebração. A espiritualidade tem um fardo, entrar em um universo material é sempre revestido de dor e comiseração.
Os encontros religiosos são encontros de sofredores, cada um tentando demonstrar o quanto sua dor é superior e buscando medir quem é o mais merecedor do perdão divino e da ascensão ao céu.
Não digo que não existem pessoas que usam essas religiões de forma criativa e positiva. Mas é notório e certo que foram construídas ao longo do tempo mais para chorar do que para sorrir.