domingo, 20 de novembro de 2016

Quem diria



Quem diria...
Que o amor um dia
Poderia ser assim
Nos tocamos a sós
A dois 
Mente em corpo
Olhar inebriado
Diante da touch screen

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Miniatura




Almejamos a catarse

E desprezamos o silêncio

Queremos incessantemente

Transbordar



Criar um apêndice

Da nossa loucura

Em miniatura

Registrada no universo

Ou na alma de alguém


terça-feira, 15 de novembro de 2016

Rua


Rua distante
Rua pulsante
Rua selvagem

Rua festiva
Rua afetiva
Rua errante

Rua calada
Rua acuada
Rua vazia

Pois é, Rua
Lembro melancolicamente
Do tempo no qual
Exaltavas alegria

E a minha poesia
Não como hoje
Amedrontada
Fluía 

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Ânima...



Lembro-me dela, e de sua promessa incansável: nunca seria vista sem o lápis de olho. Em nenhuma ocasião sequer. Tinha alma de artista. Exigente, temperamental, sensível e ousada. Gostava de blues e jazz, porém sabia viver a simplicidade. Ficava bem com um vestido de alta costura da mesma forma que uma roupa esfarrapada, daquelas talhadas para vadiar no fim de semana. Almejava ser estilista, não sei se chegou a ser.
Tinha talento para capturar o desejo sensível, geralmente submerso nas tramas do cotidiano.Transava com instinto de predadora, mas sem nunca perder a sensualidade e a pose. Nutria sonhos pré-industriais, apesar da imagem pós –moderna. Buscava se perder na efervescência cultural, queria experimentar o lado dionisíaco da arte e sugar ao máximo os aprendizados de cada olhar que lhe atravessava.
Demonstrava momentos infantis, nos quais fazia expressões de insatisfação frente ao não atendimento dos seus desejos. Tinha a curiosidade que tirava do eixo quem não ousava se aventurar no novo. Aparentava ser frágil, mimada e defensiva, mostrando suas unhas e olhares felinos para estranhos, que não conseguiam desvendá-la. Agia com impaciência, deixando para trás quem não sacasse com rapidez onde ela queria chegar.
Era uma eterna vaidosa, se despindo da sua imagem apenas quando necessário. Passava a impressão de viver em sofrimento intenso, quem sabe por perceber a feiúra de muitas opressões do dia-a-dia. Queria um universo estético e frugal, no qual sua feminilidade se registraria na sua maior potência. Uma fêmea sonhadora, que se alimentava de poetas e afetos exaltados, uma dama que não temia libertar sua porção voraz. Um ser envolvente e marcante.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Vamos fazer café, já que amar está difícil...



8 café
9 trabalho
12 almoço
13 estresse
14 intriga
15 até 18
Mesmice, rotina, repetição
Vou agendar para às 23:15
Um breve encontro formal
Com o amor

Mas melhor não demorar
Tenho horário pra dormir
8 café
9 trabalho....