Passo muito tempo da minha profissão ouvindo sobre como as
pessoas tiveram suas vidas arruinadas emocionalmente por conta das suas
famílias. Como foram agredidas, estupradas, rechaçadas e desacreditadas por
pais, avós, mães e outras pessoas tão próximas do seu convívio. E como é
difícil questionar esses abusos, que se propagam diariamente, geração após
geração, em casos mais extremos.
Posso afirmar que quase cem por cento das famílias tem um
núcleo autoritário. Que boa parte do tempo somos submetidos à encarceramentos
da alma, para obedecer e ceder em função dessa instituição. Em nome da família
muitas violências ocorrem sem nenhum questionamento, afinal temos que
respeitá-la cegamente desde a nossa concepção.
É confortável questionar o sistema, o chefe, a repartição ou
um partido político. A coisa aperta quando o pai ou a mãe tornam nossa
existência acanhada. Quando nos fazem digerir experiências tóxicas sem nos
escutar e levar em consideração nossas opiniões.
Nem sempre nossos familiares saberão o que é melhor pra nós,
isso será verdadeiro somente quando houver uma relação de confiança e entrega
mútua. Nos outros casos, negativo. O simples fato de a pessoa ter similaridade
com o seu DNA não a torna legítima para nada. Nada mesmo! Os familiares só serão pessoas significativas
para você se a relação que for tecida tiver caráter genuíno e alegrador.
Pense bem nisso, veja bem para a sua vida. Quantas vezes
você sofreu em nome desse “respeito”. Qual é o preço que você paga por esse
“respeito”? Vale a pena mesmo?
O amor entre pessoas da família pode acontecer ou não
acontecer. Respeito devemos ter com
qualquer vivente, mas sermos lançados em experiências horríveis porque
“assim é que tem que ser”, nem pensar.
Mas isso sou eu pensando, fique bem à vontade de pensar diferente.