terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Amor tecido



Amortecido
Tecido, o amor
O amor tecido

No amor ter sido
O amor, nu tem sido
Ter sido nu, amor

No amor, amortecido
Tecido, amor nu
Ter sido tecido
No amor nu



sábado, 10 de outubro de 2015

Vida acanhada


Ausência de encanto

Frustração nos encontros

Alegria escassa

Vitória do dever

 

Ódios imperam

Ternuras minguadas

Vida acanhada

Em um breve entorpecer

 

Solidão gregária

Diálogos espelhados

Afetos náufragos

E a experiência a se corroer

 

Asfixia relacional

Sombras entrelaçadas

Intimidade impessoal

Alienação no conviver

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Ser transportado


Trem descarrilado

Ônibus lotado

Máquina sem combustível

 

Corpo extenuado

Sonho despedaçado

Passageiro invisível

 

Sentado no assento

Fervilhando pensamentos

Num trajeto inatingível

 

Ouvindo uma canção

Digerindo a frustração

Desse cotidiano possível

 

Em cada parada, calado

Esse irônico ser nada... transportado

 

 

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Atenção!


Podemos dizer que a atenção, em termos gerais, é uma capacidade fundamental para desenvolvermos tarefas do nosso cotidiano de maneira satisfatória.

Porém uma relação pouco estabelecida é entre a atenção e a felicidade. Essa conexão não aparece geralmente, acredito eu, por estar situada de maneira muito sutil na nossa experiência.

Pense em momentos relevantes de sua vida. Você viveu -os de corpo inteiro, sem contar as horas para aquele instante acabar. O grau de atenção está intimamente ligado ao nível de interesse que está se investindo naquele momento. Quanto mais sentido extraímos do vivenciado, mais atenção empregamos no aqui e agora. O contrário também é verdadeiro.

Quando algo não me afeta, não me desperta o interesse, automaticamente não presto atenção. E quanto menos atenção, maior a chance de eu não estar gostando do que estou vivendo naquela hora.

Digo isso para lançar uma hipótese sobre o nosso contexto atual. Creio que existe uma tendência social intensa buscando fragilizar nossa capacidade de atenção, e, por conseqüência, nosso potencial de ter experiências alegres. O enunciado desse tempo é: “quanto mais coisas faço simultaneamente, mais adaptado estou para enfrentar o mundo tecnológico que se apresenta”.  Entretanto, os prejuízos advindos dessa exigência são marcantes.

Estamos desaprendendo a prestar atenção de maneira integral e a conseqüência óbvia é que nos tornamos cada vez mais desgostosos com aquilo que estamos fazendo e sentindo.

Estar atento significa, antes de tudo, priorizar. Priorizar implica em efetuar escolhas. E fazer escolhas nos causa considerável angústia, pois, ao optar por algo, passo a me responsabilizar por sucessos e desventuras que possam ocorrer no caminho que decidi trilhar. Porém se eu não escolho acabado tirando o brilho da minha experiência, mergulho na “piscina da vida” apenas colocando a ponta dos pés.

Prestar atenção em muitas coisas traz como conseqüência um envolvimento parcial, fico com a impressão de que quase nada me transforma de fato. Daí a freqüente sensação de vazio existencial, geradora de tantos sofrimentos para as pessoas nos dias de hoje.

E para lidarmos com esse vazio usamos como estratégia ficar mais dispersos e divididos. Internet, televisão, rádio, celular, vídeo, tudo ao mesmo tempo. As gerações que estão chegando parecem não saber se entregar por inteiro ao presente, sem perceber que a chave de uma vida vibrante e intensa está em vivenciar radicalmente o momento. Pois é só ele que existe.

Ler apenas o livro, trabalhar somente, escutar ou fazer uma refeição com atenção plena, degustar e se arrepender pelo momento que optou viver deliberamente. Não é à toa que o déficit de atenção e a depressão sejam patologias tão em voga na atualidade. Estão de mãos dadas praticamente, diria eu.

A conclusão que podemos chegar é óbvia: “melhor uma tristeza inteira do que uma alegria fracionada, minguada, esquálida”.

Não digo isso de nenhuma forma me excluindo, justamente escrevo esse texto para poder tentar mergulhar e transcender esse mundo que diariamente tenta me tirar a potência e me oferece subterfúgios infinitos para desvalorizar o meu aqui e agora incessantemente. Estou tentando não embarcar nessa.

 

terça-feira, 8 de setembro de 2015

O melhor é o que há por vir...


O melhor é o que há por vir

A vida não vale em si

Estamos em uma preparação

Que ignora o existir

 

Futuro e passado

Como formas de sentir

Se o momento é vazio

O motivo nunca esteve aqui

 

A fuga do presente

Eterno adiamento

Ideal inatingível

Como rota de padecimento

 

A mente e suas distrações

Para evitar o encontro

Nada é agora

Apenas transitando

Temporariamente

Em um corpo...morto

 

Sinceramente?

Acho pouco...

 

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Os autores que poderiam mudar a psicologia...mas que você nunca verá nos currículos

No dia do psicólogo me pego pensando...  oitenta por cento dos autores que inspiram meu fazer nunca foram-me apresentados na formação. E olha que passei por duas faculdades na minha trajetória. Pelo jeito as ideias vigentes na psicologia ainda buscam ajustar o ser humano e fazê-lo prosseguir na mesmice existencial, deixando-o hipnotizado pelos automatismos sociais.
Provavelmente o estudante de psicologia nunca terá na base de seu currículo autores como: Wilhelm Reich, Carl Gustav Jung, José Ângelo Gaiarsa, Carl Rogers, Fritz Perls e Roberto Freire. De repente só os citarão em alguma aula episódica. As linhas consagradas da psicologia sempre conseguem "explicar" o cotidiano e pensar em alternativas tímidas para a miséria que se agiganta em nossa rotina. São interessantes, mas não ousam transformar e romper radicalmente com o que estamos vivendo. Por isso, várias psicologias são possíveis, como diria alguma revista clichê psi, mas uma outra postura diante da vida só virá, de fato, com a inclusão dos pensadores marginais, escondidos em sebos e vendidos esporadicamente por menos de dez reais.




  

domingo, 2 de agosto de 2015

Marcas de Marx



Quando em Marx se trabalha
Menos o oprimido ganha
Alienação, a alcunha
Da histórica artimanha

Revela uma extensa malha
Da exploração que acompanha
O suor do desgastado
Na rotina assaz tacanha

Seja na infra ou na super
A estrutura nos arrebanha
A ideologia se proclama lei
E nos envolve em sua entranha

Labor que vira cruz
Contradição tamanha
Quem produz é quem nunca vê a luz
Nessa escuridão cotidiana



segunda-feira, 20 de julho de 2015

Transbordar


Neurônios acelerados

Elétrons corporais

Agitação intensa

Impossível repouso

 

Choques inesperados

Vertigens sensoriais

Mentalidade densa

Delirar de novo

 

terça-feira, 7 de julho de 2015

Motivação


Motivação

Ação não requer motivo

Motivo é elucubração

 

Pensar se faz sentido

É apenas um incentivo

Para a procrastinação

 

Graças ao intuitivo

Vivo não é morto-vivo

É pura pulsação

 

O credo que eu sigo

Me exige mutação

Um ideal implícito

Romper a estagnação

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Avançar


Liberdade intensa

Superar desejos

Conciliação com momento

 

Promover  transformação

Liquidar a esperança

E mergulhar na consciência

 

 

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Miniatura


 

E desprezamos o silêncio

Queremos incessantemente

Transbordar

 

Criar um apêndice

Da nossa loucura

Em miniatura

Registrada no universo

Ou na alma de alguém

terça-feira, 9 de junho de 2015

CORparte


A rotina perdura

O olhar perturba

Na retina surda

 

Amor vislumbra

Corpo insufla

Destino surfa

 

O ato cura

Quando a dor não luta

Consciência curta

 

A arte exulta

Sem criar, penumbra

O organismo surta

 

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Política familiar


Ouvimos muitas vezes pessoas queixando-se da sua família. Se o assunto central das terapias envolve desconfortos com a família, por que será que ninguém se insurge contra esse tipo de estrutura emocional e social? Por que ninguém busca oxigenar as relações familiares e reformular os vínculos sociais? Tornar os laços familiares mais frouxos e menos absolutos? Por que pensamos na família apenas quando ela explode para toda a vizinhança? Por que a família não é motivo de teorias e intervenções políticas?

A criação familiar, centrada em pouquíssimas pessoas para se amar, reproduz eternamente a noção de que intimidade é algo para poucos, ou quase ninguém. As conseqüências já são sabidas e vivenciadas. Temos medo de nos entregar, de conhecer os outros, de forma verdadeira e amorosa. Amar é algo que nos dá medo, só esquecemos onde esse medo foi ensinado e reforçado.

Amar mais de uma pessoa não é possível na sociedade ocidental.  O amor tem que ser único e eterno,  geralmente direcionado para uma só pessoa. Porém os conflitos e sofrimentos existenciais nos indicam que não parece ser assim que sentimos de fato.

Ao invés de assumirmos que as relações são menos óbvias e lineares quanto queremos aparentar, reproduzimos diariamente falas e atos que nos aprisionam e limitam emocionalmente. A visão ainda reinante de família afeta negativamente nossa forma de existir.  Não sabemos muito bem quando foi que começamos a pensar que os “lá de fora são perigosos”. Perigosa é a sociedade que enfatiza tanto a família, “o nosso lar”, o valor a quem é “sangue do nosso sangue”. Pensar que os laços vão além do biológico é um prenúncio de uma sociedade menos preconceituosa e autoritária.

É importante perceber que essa “intimidade única” propagada na família é o passo seminal para os autoritarismos futuros. Onde será que as pessoas aprendem a dominar e chantagear umas as outras? Temos a noção retrógrada de que a família é intocável. Que as coisas que pai, mãe e filho fazem não podem ser colocadas nunca em questão. A miséria de muitas pessoas reside nessa crença, na qual o poder ainda é exercido de maneira indiscriminada. “Mãe é mãe, tem que respeitar”, independente o quão carrasca ela seja. A célula de submissão está aí. Muitos querem ser pais não para criar e deixar o filho viver, e sim para poderem exercer o poder a qual foram submetidos durante a infância.

Por outro lado uma criação que seja horizontal e despreendida pode sim formar pessoas menos subservientes ao sistema. E essa maneira de educar e se relacionar está longe de não ser afetiva. Esse é outro engano muito comum, muitas vezes usado a exaustão nos relacionamentos: “eu te amo, por isso você precisa acatar o que eu quero, você precisa obedecer quem te quer tão bem”. E mais adiante não irá ter terapia ou sociedade que seja saudável. A chave que explica o motivo de poucos se rebelarem reside no fato de que não percebemos que estamos submissos, em grande parte, emocionalmente ao sistema.  Racionalmente já teríamos nos libertado das injustiças cometidas a nós.    

É nesse ponto que eu acredito que a política formal naufraga como ação de emancipação. Queremos questionar os deputados, senadores e outros mandantes eleitos. Mas estamos encalacrados até o pescoço com os autoritarismos vividos nas nossas relações afetivas. Dessa forma nossa libertação é apenas uma idéia, nunca uma prática.

Dizer não ao governo é relativamente fácil nos dias de hoje, agora seguir um caminho próprio e autêntico, independente do que sua família e amigos vão dizer é que são elas. Não adianta gritar por liberdade nas ruas da cidade e exercer tiranias dentro de casa, na cama, na cozinha e no trabalho. Ciúmes, brigas e repetidas discussões de casal e família.

Para mim é líquido e certo que a verdadeira revolução começará a partir das microrrelações, de um ponto onde poucos acreditam ser a gênese da transformação social.  E de fato desacredito em qualquer organização política e social que não enfrente ferozmente esses temas abordados nesse texto.

O poder só se quebra a partir da adoção de postura amorosas e libertárias em cada momento vivido.  Primeiro isso, depois o resto virá, sem dúvida.

 

 

 

sábado, 16 de maio de 2015

Estratégias existenciais


Momentos da existência

Onde é preciso

Suprimir e simultaneamente

Sustentar

Sua essência

 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Política vital I


Ouvindo as pessoas em suas opiniões sobre política percebo o quanto existe uma face totalmente obscura e não esclarecida desse fenômeno. Quem sabe não abordada justamente por se temer o impacto que ela teria no nosso meio.

Política é algo maçante, chato e horrível para a maioria dos brasileiros. É algo que não traz prazer nenhum para ninguém. Mas por que esse sentimento tão comum? Tenho um palpite.

Creio que a política foi retirada do seu palco principal: a nossa experiência cotidiana.

Não pensamos que a política se faz através das nossas atitudes pessoais e/ou emocionais. Para inúmeros isso não é política. Cada dia convenço-me do contrário. A política autêntica só pode emergir através de uma revolução autoral do ser. Isso quer dizer, uma renovação emocional, corporal e relacional de cada um de nós.  

A revolução só pode ser feita a partir das nossas ações. A concepção reinante prega o reverso: vamos escolher alguém para fazer por nós, a democracia representativa. Quer dizer que a verdadeira política deixa a maioria das pessoas de fora das discussões e ações importantes?

Quando começa a revolução? Quando reinvento meu modo de ser e estar com os mais próximos. Se pensarmos na profundidade dessas atitudes certamente ficaríamos aterrorizados, porque isso implicaria em grandes riscos.

Porque isso significaria questionar e não seguir estritamente a família, amigos e instituições com as quais nos vinculamos.  Fazer coisas que rompem, às vezes de maneira drástica, com as expectativas fomentadas durante a nossa trajetória por pessoas fundamentais na nossa vida.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Repressão transcendental 2- desconexão e individualismo


A repressão transcendental gerou, principalmente no ocidente, um fenômeno muito curioso: religiões que não almejam o religar, a busca por algo inefável, e sim doutrinas que pregam a desconexão do sujeito com o todo. Religiões que incentivam o triunfo dos vencedores perante os de “pouca fé”.  Crenças intolerantes com os desviantes.

A ausência da espiritualidade se reflete na nossa organização social: altamente belicosa, desconfiada do outro e desprovida de empatia. Na medida em que as pessoas não são incentivadas a se conhecerem melhor, reina o mecanismo da projeção dos sentimentos, o errado é sempre alguém que não eu.

Nosso caldo cultural torna-nos inexoravelmente inconscientes de nossos desejos e intenções. Vivemos temendo os nossos sentimentos, que por não serem aceitos e compreendidos, viram desajustes emocionais, tornando nossas relações interpessoais um desastre anunciado.

A busca espiritual não nos salva totalmente do caos em que estamos imersos. Não mesmo.  Mas o desenvolvimento de uma caminhada interna torna-nos mais empáticos com o outro e com uma melhor relação com o coletivo e com a natureza. Vamos adquirindo a noção de que estamos interligados com o universo de uma forma inexorável. As relações vão apontando pedaços do nosso quebra cabeça afetivo e espiritual. Vamos descobrindo que afetamos o nosso contexto de maneira contundente, tanto pro bem como pro mal, aumentando nossa responsabilidade e liberdade.

Espiritualidade é um fenômeno que pode muito bem pertencer à esfera do cotidiano. Não como uma ilusão que nos aliena, mas como uma busca por sermos melhores a cada dia e diminuir o sofrimento que nos marca diariamente. Não se limitar ao nosso cotidiano, buscar respostas para além do que vivemos conscientemente. Chegar à conclusão de que somos únicos e por isso mesmo nossa contribuição é fundamental para o todo. Quando percebemos que somos parte de um todo, identificamos nesse todo coisas nossas também. Percebemos que a maldade não pertence só ao outro, assim como a conclusão de que a bondade não é uma qualidade exclusivamente nossa. Olhamos nossa vida de forma mais humilde e as relações tornam-se mais fraternas, pois vou deixando de temer o desconhecido que o outro me traz a cada momento.  

Acessar uma dimensão transcendental acentua nossa racionalidade, porque conseguimos perceber que a razão possui um limite e que negar esse fato pode se tornar extremamente danoso para a nossa sanidade.

Enxergamos nossas limitações com mais clareza, tendo assim muito mais possibilidade de superá-las. Em algum momento da nossa existência perguntamos se o que vivemos faz sentido. A espiritualidade não nos dá essa resposta, mas através do autoconhecimento ficamos fortalecidos para lidar com as nossas fragilidades e incompletudes. A dor vira entendimento, e isso faz toda diferença. Para mim e para o universo.

terça-feira, 31 de março de 2015

Repressão transcendental


O avanço galopante da ciência nos impôs, simultaneamente, ascensão e queda. A cada dia inventamos técnicas de aperfeiçoamento do corpo e das nossas condições materiais. Por outro lado negligenciamos cada vez mais nossa dimensão transcendental. Isso acarreta muitas consequências e sofrimentos que se manifestam no cotidiano.  Engana-se quem afirma que a maior repressão ocidental se refere ao corpo. Na verdade ele é mais pervertido que reprimido. A espiritualidade é tão reprimida que é quase nula nas reflexões cotidianas. Quando surge geralmente tem um viés pragmático e finalista. A expansão de algumas religiões nos indica essa tendência. Hoje adere-se a uma crença religiosa com a esperança clara de mudança na situação material. Reza-se para ter saúde, sucesso, dinheiro e relações afetivas. A espiritualidade, como algo íntimo e singular, está definitivamente fora de pauta. Pensada como meio de nos conectarmos com uma dimensão transcendente então, nem pensar.

A espiritualidade ocidental está mais a serviço do ego do que com o objetivo de superá-lo e dissolvê-lo. Nos apropriamos dela tal qual uma ferramenta, quando ela que deveria se apropriar de nós, tomar-nos de assalto. Pode se dizer que há uma repressão de sentido maior, a nossa existência se coloca unicamente no aqui e agora, ignorando a subjetividade contida na materialidade.

Estudos científicos são desenvolvidos freneticamente para poder colocar a espiritualidade como algo válido e permitido, tirando a aura "mística" que a revestia em épocas anteriores. A espiritualidade só tem valor perante a ciência quando palpável e aplicável. Ao invés de ser um caminho possível quando nos questionamos sobre o sentido da vida concreta, somos espirituais para reafirmar que a vida é a interminável busca de obtenção de entretenimento e fruição da matéria.  Nossos hábitos e relações tornam-se ocos. O viver é uma sucessão de rituais vazios, sem um significado maior.

O biologicismo fica tão exacerbado que joga o sujeito muitas vezes para a depressão, considerada um dos males do século. As adicções são exemplo dessa repressão transcendental.  Na medida que a distração se esgota não temos muito o que fazer, parece que chegamos no fim da jornada, os sentidos estão na máxima estimulação, não há nada novo para sentir. O tédio também é um dos sintomas comuns do nosso tempo, tudo já foi feito e experimentado. Poucos se dão conta que é nesse momento que a espiritualidade grita em nosso interior, pois o externo já foi transformado de diferentes maneiras. É chegada a hora de tocarmos em algo que está muito perto, mas quase inacansável ao mesmo tempo: nossa dimensão espiritual.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Fusão e fricção


Minha diversão é bem ou mal criar

Com a fusão dos meus demônios

E a fricção dos meus neurônios

Anarquista da vida vulgar



sábado, 28 de fevereiro de 2015

Leoa


Em coma

Na cama

Que chama

Leoa

Meu carma

Entoa

Tua carne

Tão boa

Insana

À toa

 
 
A gente

Se engana

Por poucos

Minutos

A mesma

Pessoa

No meu

Paladar

Teu corpo

Ressoa
 
 
 
 
 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Infinitas coisas pra dizer

Infinitas coisas pra dizer (Giordano)

me surpreendi
com espanto
me rendi
ao seu encanto
eu descobri uma nova forma de amar
foi então que eu percebi...

mostrar palavras sonhos que eu sinto
quando eu avisto você
a intensidade que não admito
ocultando querer
um romance louco e infinito
a luz do amanhecer
e aos poucos vou me diluindo
quando insisto em dizer...

a euforia em minha alma
uma certeza assim tão rara
a doçura que me ampara
e me acalma

Refrão:

o seu corpo
dançando ao meu gosto
são indícios que o amor
está por perto

https://www.youtube.com/watch?v=qluBhxNUcdo

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Alegria alheia


Me alegra

a alegria alheia

que se alegra, alheia
 
 à alegria alheia

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

nascimento da empatia


Às vezes a empatia só nasce

Quando se sente

Na implacável chapa quente

Da nossa própria carne
 
 
 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Ingenuidade



 
Coitado

Nem sonha

Por trás da beleza

É que se esconde a peçonha



(Giordano)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Soul Sol


Não me sinto só
Um dia fui pó
Hoje só sou
Apenas soul
Sol



(Giordano 2015)