quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Poema do Ônibus de Porto Alegre



Meu poema em movimento
Triunfará por aclamação
Um conchavo bem tramado
Disfarçado de licitação

Terá versos apertados
E temperaturas sufocantes
Superará em ganância
Os concessionários arrogantes

Chegará atrasado
E nos deixará na mão
Tarifas inexplicáveis
O caos da locomoção

O leitor olhará assustado
Por que essas palavras fortes?
Desculpe, foi mal, siga tranqüilo
Nessa maravilha de transporte

Sei que estou intragável
Esqueça tudo o que aqui expus
Preciso muito entrar
Em 2016, no “Poemas no Ônibus”


domingo, 4 de setembro de 2016

Chama impune



O beijo da morte 
Arde em chama impune 
Queimando sonhos futuros 
Não há mais alegria imune

Contínuos pesadelos
Vidas abreviadas
Traumas burocratizados
Sentenças mal dissimuladas

Culpa inexistente
Destino responsável
Punição impensável
Justiça displicente 

Famílias destroçadas
Fumaça duradoura 
Almas aprisionadas 
Revoltada, a dor urbana ressoa

Catarse coletiva 
Exorcizada todo dia 
Guerreiros sorridentes
Improváveis sobreviventes 
Reexistindo em Santa Maria