quarta-feira, 11 de maio de 2016

Um tipo diferente (mas recorrente) de egoísmo



Normalmente achamos que o egosímo tem como exemplo mais comum uma pessoa extremamente centrada nos seus interesses. Entretanto existe um tipo de egoísmo mais sutil e sorrateiro, porém não menos negativo que o clássico.

Esse egoísmo é encontrado em pessoas que dedicam sua existência para alcançar um ideal, ou também aquelas que possuem uma inclinação incontrolável para “ajudar pessoas”.

O que acontece é que nesses casos a pessoa não parece egoísta, pois supostamente não está enfatizando seus interesses diretamente, entretanto a busca incessante por um ideal coloca a pessoa num estado de intensa indiferença em relação a ideais que pretensamente não dialogam com os seus.

Externamente essa pessoa é vista como solidária e generosa. O que não se percebe é que essa pessoa constrói sua vida tendo como alicerce somente as utopias que ela elegeu. Não se permite mudar de rota, nem mesmo reconsiderar suas metas e ideais. Enxerga a vida dessa maneira e ponto final. Não há espaço para negociação, o outro se torna um figurante da sua complexa trama.

Você pode perceber que esse tipo de conduta chega a ser aplaudida na sociedade, pois se considera essas pessoas dedicadas e altruístas. Mas vá conviver com elas...proponha uma visão diferente da delas e observe a sua reação.

Esse tipo de egoísmo acredita que as pessoas são um meio para se chegar a um objetivo traçado, argumentam que esse ideal é válido, pois se direciona aos outros, não as suas próprias motivações. Em suma, seu apetite parece ser mais nobre e legítimo que o dos outros.

“Quero ajudar as pessoas”

“Estou pensando no grupo”

“Quero o bem da maioria”

Vamos vendo que durante o caminho esses egoístas disfarçados acabam atropelando quem discorda deles e só conseguem produzir afetos positivos com os seus semelhantes, isso se for possível estabelecerem algum encontro com "esses iguais".

Acabam sendo tão cínicos quanto os egoístas declarados, pois não assumem que estão correndo atrás dos seus interesses próprios, usando uma embalagem socialmente mais aceitável.



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