segunda-feira, 22 de março de 2010

Uma história inusitada...ocorrida na época da páscoa

Kátia e Ricardo eram colegas de aula. Estavam próximos e cada vez que se enxergavam todos notavam que havia um clima de paixão no ar. Até o Christopher notava isso, aliás, principalmente ele. O Ricardo achava que o Christhopher nutria algum interesse na Kátia, embora ele nunca tivesse presenciado um avanço real dele sobre ela. O olhar do Christopher para a Kátia e o Ricardo, conversando e rindo, era uma mistura de ciúme, paixão e curiosidade. Passava pela cabeça do Ricardo que, ao invés de vidrado, ele poderia ser viado mesmo. Nunca se deve rechaçar as possibilidades.
- Um baita gay recalcado, com certeza! – exclamava silenciosamente em alguns momentos.
Kátia era um caso a parte. Ela não dava tesão, ela era o próprio tesão. Seu olhar insinuava chama vulcânica, ostentava ambição de ser lasciva com o universo. Roupas, calças, pernas, batons, maquiagens e chiclete. O chiclete, saltitando nos dentes de Kátia, fazia com que muitos alunos passassem mal durante as provas. Ele ia, deslizava na carnuda de Kátia como um patinador no gelo, alegre e esbanjando elegância.
Ricardo era um homem calmo, porém macho e selvagem em essência. Por isso não era de se espantar que tivesse proposto para Kátia uma transa em um lugar isolado na faculdade, o famoso “ninho da luxúria superior”. Todos sabiam, alguns iam e maioria gostava de ficar rindo e sacaneando os casais que lá compareciam.
Naquele feriado nem o professor tinha ido à aula, apenas Kátia, Ricardo e alguns gatos pingados, que foram por razões diversas. O casal pré-copulante poderia até transar em casa, mas onde estaria a graça e a aventura?
Bateu nove horas da noite, os vigias cochilavam prazerosamente e lá estava o cenário ideal para Ricardo e Kátia adentrarem sorridentes no cafofo. Seria no feriado da páscoa que Kátia provaria a cenoura e os ovinhos de Ricardo, com apetite colegial, diga-se de passagem.
Foi a melhor transa que os bisbilhoteiros tinham presenciado. Urros, unhadas, mordidas e gemidos pervertidos. Como todos estavam no cio, a transa dos dois acabou gerando diversos gemidos orgásticos nos rapazes e nas meninas que observavam o evento.
Depois da transa, Kátia foi fumar um baseado, perto do laguinho, para fechar seu dia. Assim ela deixou Ricardo, solitário, pensando nos momentos de satisfação que havia proporcionado para a mulher mais desejada da sala de aula. Distraído e sentindo-se em outra dimensão, ouviu algo que quebrou sua concentração:
- Ela é boa demais, né?
- Christhopher! Quase me mata de susto, o que estás fazendo aqui?
-Só estava admirando vocês (olhar de psicopata). Você fez tudo direitinho.
Ricardo, meio assustado, não deu papo, botou seu casaco azul e resolveu dar no pé. Desejando boa páscoa para Christopher, saiu rapidamente do lugar, para evitar alguma cantada que Christopher ousasse cometer.
Saiu tão apressado que nem deu tchau para Kátia, entretanto teve tempo de formular o grande enigma que aquela noite tinha proporcionado para sua mente: Christopher era gay, tarado, bisbilhoteiro ou apaixonado por Kátia?
Ele não sabe até hoje responder essa pergunta, se tivesse perguntado para o segurança ele teria uma informação inusitada e misteriosa: Christopher era o irmão de Kátia.

2 comentários:

  1. Pobre Ricardo. Tem imaginação demais, senso de realidade de menos. O que, diga-se de passagem, é algo comum hoje em dia.

    ResponderExcluir